
Militantes da comunidade GLBT de Roma demonstraram descontentamento com o Vaticano e com o governo italiano durante a 14ª Parada do Orgulho da cidade, ocorrida no último sábado, dia 07 de junho. Apesar da prefeitura ter negado autorização para o desfile, cerca de dez mil pessoas desfilaram da Piazza della Repubblica, no centro, até a Basílica de São João, em Laterano.
A multidão elegeu o atual primeiro-ministro Silvio Berlusconi como principal alvo de protestos. Alguns participantes preferiram manifestar-se contra o Papa Bento 16 ao vestirem-se com a batina papal. "Berlusconi beija a sandália do Papa e diz 'sim' para tudo", disse o ex-parlamentar gay Franco Grillini à agência de notícias Reuters. "Estamos à beira de uma ditadura da teocracia clerical", completou.
Gianni Alemanno - primeiro prefeito de direita dos últimos 15 anos em Roma - se opôs abertamente ao desfile. "Eu temo a Parada Gay ou outras manifestações de cunho sexual porque me oponho a qualquer forma de exibição, homossexual ou heterossexual", revelou.
Desde que o conservador Berlusconi venceu as eleições em março deste ano, a discussão sobre os direitos homossexuais está paralisada no Parlamento italiano. O governo anterior, encabeçado pelo ex-premiê Romano Prodi, chegou a apresentar um projeto de lei que concederia o direito de registro como família para qualquer casal. A nova lei garantiria acesso a pensão e seguro saúde a pares de mesmo sexo.
Em 2007, Berlusconi manifestou-se contrário à regulamentação da lei. "Ela cria exatamente o que não queremos, um tipo de casamento de segunda classe que desvirtua o significado de família", afirmou.
Europa
Também no sábado, duas mil pessoas marcharam pelas ruas de Varsóvia, capital da Polônia. Em recente pesquisa feita pelo instituto CBOS, revelou-se que 69% dos poloneses acreditam que os gays deveriam ficar em silêncio a respeito de suas preferências sexuais, enquanto 37% desaprovam relações homossexuais e 31% disseram que a homossexualidade não deveria ser tolerada. O levantamento reuniu a opinião de 1.160 adultos, dos quais 76% são contrários ao casamento gay e 90% não aceitam a adoção de crianças por casais de gays e lésbicas.
Cerca de duas mil pessoas também fizeram sua Parada do Orgulho GLBT em Atenas, na Grécia, quatro dias após a realização dos primeiros casamentos gays do país. A lésbica recém-casada Evangelia Vlami - chefe do grupo de defesa dos direitos GLBT grego OLKE - liderou a marcha.
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