sábado, 12 de janeiro de 2008

Travestis denunciam agressão policial em Santo André

Travestis que moram em uma fábrica abandonada na cidade de Santo André (Grande São Paulo) denunciaram que foram agredidas violentamente por um grupo de policiais nas madrugadas dos dias 3, 5 e 7 de janeiro.Conforme publicou o ABCD Maior, as travestis moram em condições precárias dentro dessa fábrica, onde improvisaram suas casas. Elas afirmam que na madrugada destes três dias seis policiais militares invadiram o local e as agrediram com socos, coronhadas e com vigas de ferro. Eles também teriam, segundo elas, colocado fogo no pouco que elas têm.Além disso, em um exemplo da crueldade, os policias queimaram o coquetel anti-HIV e vacinas para a coagulação do sangue de duas das travestis que são portadoras do vírus da aids. "Moro na última casa, lá no fundo, que foi totalmente destruída. Arrombaram a janela e eu pedia a Deus que não fizessem nada comigo. Tenho aids, estou muito debilitado. Colocaram o revolver na minha boca e disseram que eu ia morrer de qualquer jeito. Então eles começaram a jogar fora todo o meu medicamento. Não sei como irei sobreviver agora", afirmou a travesti Miane ao ABCD Maior.Já a travesti Jully foi atirada do segundo andar de um pequeno sobrado. "Eles mandaram eu descer correndo, estava muito assustado. Não dava para ver nada, quando um dos policiais me deu um empurrão e gritou 'voa bicha'. Estou com muito medo, não quero morrer", salienta Jully. Devido as denúncias, no último dia 8 de janeiro Marcelo Gil, presidente Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual, marcou uma reunião em caráter de emergência na Câmara de Santo André. Na ocasião o Major João Carlos Faria Santos afirmou que foi aberto um inquérito para averiguar as denúncias e disse que garantirá a integridade de todos os moradores da fábrica.

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