A Prefeitura de Campinas, através do Centro de Referência de Gays, Lésbicas, Travestis, Transexuais e Bissexuais (CRGLTTB), entrega nessa segunda-feira, dia 10 de dezembro, os prêmios aos vencedores do 1º Concurso de Redação sobre Diversidade Sexual para Estudantes de 5ª a 8ª séries.O concurso, realizado com patrocínio da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), contou com a participação de 18 escolas. No total, a comissão julgadora avaliou 98 textos, todos sobre o tema Eu Respeito a Diversidade Sexual.A grande vencedora, Josiane Maria dos Santos, de 14 anos, irá receber um computador como prêmio pelo primeiro lugar. “As pessoas não podem ser o que queremos que elas sejam, por isso temos que respeitar seus desejos como os outros têm que respeitar os nossos”, explicou a estudante ao abordar a orientação sexual de cada um. Feliz com a premiação, Josiane disse que sempre quis ter um computador, mas não tinha condições de comprar ."Ganhar este concurso foi maravilhoso”, comemorou.
Já a segunda colocada, Jennifer Rocha O. Moraes, também de 14 anos, relatou ter ficado bastante animada ao saber do concurso por sua professora. Em sua redação, Jennifer, que foi contemplada com um micro system, contou a história de um homossexual que tinha uma vida normal, mas sofria muito preconceito e desejava que isso acabasse.
As duas estudantes, assim como as alunas que ficaram em 3º, 4º e 5º lugares (e que receberão, respectivamente, uma câmera fotográfica digital, um DVD com karaokê e um MP3), cursam a 7ª série na mesma escola, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Virgínia Mendes Antunes de Vasconcelos, localizada na região sudoeste de Campinas.
A professora de Língua Portuguesa das estudantes, Neide Colacite, justificou a premiação de suas pupilas pelo destaque que sua disciplina dá para as redações. Um exercício realizado em sala de aula antes do concurso teria também ajudado, segundo a professora. Nele, os alunos escolheram e incorporaram um personagem. “Tinha que ser de outra idade, de outro meio social, de outra região, portanto, já haviam feito um trabalho em que eles escolheram ser uma criança, um menino de rua, um gay...,” revelou a professora.
Para o coordenador do Centro de Referência GLTTB de Campinas, Paulo Reis, a realização do concurso no ambiente escolar propiciou a discussão sobre as diferenças, sejam elas de raça, etnia, religião ou de orientação sexual e identidade de gênero. “Colocar este tema em pauta é extremamente importante para que possamos esclarecer a um maior número de pessoas o valor do respeito àquele que nos parece diferente”, declarou Reis.
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