Irã: Governo fecha jornal que publicou entrevista com uma militante lésbica

As rígidas leis que imperam no Irã e que criminalizam a homossexualidade levaram o Ministério da Cultura a fechar um dos maiores jornais do país, o moderado Shargh, por ter publicado uma entrevista com uma militante lésbica."A razão essencial para seu fechamento é uma entrevista com uma contra-revolucionária que tenta promover idéias imorais", afirmou Alireza Malekian, diretor de publicações do Ministério da Cultura.Conforme publicou a AFP, o diretor do jornal, Mehdi Rahmanian, explicou que a entrevista foi realizada com Saghi Ghahreman, uma poeta iraniana que vive no Canadá. Ele disse que havia sido informado que Ghahreman era lésbica, mas que a entrevistou como poeta.Essa é a segunda vez no ano que o jornal Shargh é fechado. Por isso Alireza Malekian avisou que irá analisar se dessa vez o periódico será fechado em definitivo ou não."O organismo de monitoramento da imprensa suspendeu o jornal após ter examinado um artigo que dá a palavra a uma contra-revolucionária que prega idéias imorais. Esta mulher é conhecida por promover a depravação em seu site" afirmou Malekian.Na edição dessa última segunda-feira, dia 6 de agosto, o jornal publicou um pedido de desculpas e prometeu evitar publicar "no futuro este tipo de pessoas e seus movimentos".