
Ao ser informado pelos seus advogados sobre a sentença homofóbica expedida pelo juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, o jogador são-paulino Richarlyson resolveu levantar a bandeira contra o preconceito.Em entrevista à Folha de S. Paulo nesta terça-feira, dia 7 de agosto, o jogador garantiu que lutará contra a discriminação. "Todo mundo se espantou com as declarações do juiz, porque ele é uma pessoa que está lá para julgar dentro da lei um caso de preconceito. Agora é ele quem vai ter de lidar com a Justiça também. Muitas pessoas não iriam adiante com isso, mas eu acho que tenho a obrigação de lutar contra o preconceito, seja de raça, orientação sexual ou de crença (..) O juiz assustou toda uma sociedade que luta contra o preconceito. As pessoas têm de parar de se preocupar com o modo de vida das pessoas, com a raça e com as crenças. Se uma pessoa vive de uma maneira é porque ela é feliz assim", afirmou Richarlyson.O Conselho Nacional de Justiça também se manifestou e determinou que o juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, tem 15 dias para apresentar suas razões que o levaram a expedir a sentença homofóbica.A ação analisada por Junqueira Filho era de Richarlyson contra o diretor-administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Junior, que teria sugerido uma suposta homossexualidade de Richarlyson.O juiz decidiu então, na última sexta-feira, dia 3 de agosto, arquivar a queixa-crime e salientou na sentença que futebol é para homens viris e não para homossexuais. Disse também que se um homossexual quiser jogar futebol ele deve formar sua própria equipe e uma federação específica.A sentença expedida por Junqueira Filho desagradou, inclusive, o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, e os ministros do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello e Marco Aurélio de Mello. A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) também protestou contra.Agora o Conselho Nacional de Justiça aguardará a resposta de Junqueira Filho para decidir se abre processo administrativo contra o magistrado.
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